Este maravilhoso filme que eu amo, tenta fazer com os DUFF o
mesmo que as comédias dos anos 80 e 90 fizeram aos nerds: valorizá-los,
colocá-los como protagonistas, com oportunidade de inserção social e autoaceitação.
A protagonista desta história é Bianca, a clássica DUFF. Quando esta descobre
que faz parte deste grupo, decide mudar tornar-se aquela com que todos querem
namorar. Isto poderia enveredar pelo machismo típico de filmes, sugerindo que o
caminho para a felicidade feminina passa apenas pela maquilhagem, saltos altos
e poder de sedução. Esta história, para felicidade de todas, toma rumos mais
ambíguos, tentando fazer com que Bianca melhore o seu lado introspetivo, ao
mesmo tempo em que se torna uma DUFF orgulhosa de si mesma. Assim, é bastante visível neste filme as pequenas subversões
interessantes de sublinhar, como a humanização dos atletas, a valorização de
uma estética alternativa aos padrões massivos da sociedade e dos média, e a
possibilidade de navegar entre rótulos distintos nas escolas. As hierarquias
são evidenciadas e gozadas, mas nunca subvertidas por completo: à medida que o
guião se vai desenvolvendo, nós encontramos todos os clichês esperados de uma
comédia romântica. De certo modo, D.U.F.F. goza com os estereótipos para em
seguida aderir aos mesmos códigos com um sorriso malicioso nos lábios.
Uma coisa hilariante e espetacular é que neste filme existem
ecrãs dentro de ecrãs, tweets e mensagens escritas nas imagens, além de
delírios estranhos dos personagens. Todo o arsenal tecnológico está presente:
cita-se até à exaustão o Facebook, o Twitter, o Whatsapp, e todas as outras
redes sociais disponíveis aos jovens e aos adultos de hoje. Mais uma vez, vê-se
a crítica à tecnologia sem romper com ela. Segundo as regras da
pós-modernidade, ele diz que nada nem ninguém seja levado a sério. Tudo pode
ser Photoshop, divulgado, transformado em memes. Onde uma imagem vale mais que
mil pessoas. Por fim, o filme D.U.F.F. constitui uma experiência um pouco
acima da média no que diz respeito à representação do famoso cenário escolar norte
americano, com os seus famosos armários metálicos, os seus bailes de formatura
e as suas práticas diárias de (cyber)bullying. Este filme é simplesmente espetacular e se ainda não o viram precisam mesmo de o ver <3<3<3 E não se esqueçam "No fim, não tem a ver com popularidade ou conseguir o
rapaz. É sobre perceber que não importa qual o rótulo que te dão, apenas tu te
podes definir a ti próprio. Aceita isso de uma DUFF."
E não se esqueçam de ler também o livro porque consegue ser ainda melhor que o filme <3<3<3
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