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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Cínco Centímetros por Segundo

Hoje venho-vos falar dum outro filme nesta nossa Anime Week, e um filme com uma história bem fofa e que para alguns talvez uma triste realidade.

Centimeters Per Second é um longa-metragem em animação, com duração de 63 minutos, produzido por Makoto Shinkai e exibido nos cinemas em 3 de março de 2007. Há também um livro que estende a história e também uma adaptação em mangá ilustrada por Seike Yukiko. 


O longa é divido em três partes: Cherry BlossomCosmonaut e Centimeters Per Second. O filme começa em algum ponto dos anos 90 até dias mais modernos e nela acompanhamos a história de Takaki Tono, que ainda está na escola primária e faz amizade com a aluna recém transferida Akari Shinohara. Por terem gostos e preferências parecidas, ambos se tornam muito ligados e muito íntimos. Um exemplo é que ambos se chamam pelo primeiro nome . Só é possível chamar alguém diretamente pelo primeiro nome no Japão se houver muita intimidade na sua relação; seja ele romântico ou apenas amigável – portanto, Takaki e Akari chamam-se pelo primeiro nome, sem formalidades, e por esse relação bem próxima, os colegas da escola de ambos começam a fazer piadas dizendo que seriam namorados. 

Os dois crescem juntos na escola, porém, antes de chegarem aos últimos anos dos estudos, Akari acaba por se mudar para outra cidade por causa do trabalho dos seus pais, ocasionando a separação dos amigos tão apegados. A partir daí, eles começam a falar atravês de cartas, mas eventualmente a comunicação vai ficando mais esporádica com o tempo. No seu último ano escolar, Takaki acaba sendo informado pelos pais que eles também irão se mudar de Tóquio para uma cidade chamada Kagoshima e isso iria mais do que dobrar a distância entre ele e Akari. Sendo assim, o garoto decide fazer uma viagem de comboio e ir visitar a rapariga já que dali pra frente ficaria praticamente impossível para eles se verem novamente. A viagem é feita durante o inverno e é normal ocorrer o atraso de comboios no Japão nessa época do ano devido às nevascas. 
 E é justamente isso o que acontece com ocomboio de Takaki: o horário previsto de chegada seria às 19 horas, porém com os atrasos, ele só consegue chegar após as 11 da noite. Mas, mesmo assim, Akari estava a espera dele na estação e no meio duma caminhada cheia de sentimentos pela neve, os dois têm o seu primeiro beijo e Takaki percebe que talvez ele e Akari nunca mais se vejam novamente. 


Uma das características do artístico japonês deste filme é a grande carga sentimentalista presente em praticamente tudo o que é feito por lá. Quem acompanha animes e mangás sabe bem que mesmo em histórias de lutas, super-heróis e vilões, sempre há aquele momento emocional, normalmente um flashback, para conhecermos as amarguras e outras experiências dos personagens; algo que lhes confere profundidade. E esse é o tema real do filme: certas coisas são excessivamente importantes para que o tempo consiga apagar. 


Normalmente estamos acostumados a ver no cinema extraordinárias histórias de amor; casais que são separados, mas depois de anos conseguem ficar juntos novamente, mas Takaki e Akari não pertencem a esse grupo, eles se encaixam na principal categoria de todas: a vida como ela é. 

Nem tudo na vida sai do modo como a gente quer e quando o assunto é o coração a probabilidade é menor ainda e por vezes saímos marcados até mesmo por coisas simples – um gesto, uma frase, uma música, uma imagem, um cheiro – qualquer coisa pode ficar gravado na memória e também na alma como uma lembrança carregada pelo resto da vida. Esta é a principal beleza de 5 Centimeters Per Second: a profundidade de coisas simples que nos afetam e moldam quem nós somos. Toda a vida de Takaki é afetada por aquele amor de infância, fato que justifica grande parte de sua personalidade e escolhas futuras. 

A arte é muito bonita. O filme tem uma animação excelente no estilo seinen – ou seja nada de cabelos coloridos ou olhos gigantes. Em várias cenas, a arte do cenário é o destaque com céus cehios de estrelas, neve caindo em uma vasta imensidão branca ou pétalas de cerejeiras sendo levadas pelo vento e caindo a uma velocidade de 5 centímetros por segundo. Nessas cenas é perceptível que o importante são as cores e o movimento, induzindo o telespectador a um mergulho profundo na autoanálise com perguntas do gênero: “quando foi a última vez que parei para observar o céu ou a mudança de estações?”. 


Aliada à animação, vem a trilha sonora composta pelo artista Tenmon que já havia trabalhado com o diretor Shinkai em filmes anteriores. O filme apresenta uma trilha sonora  baseada em violão e piano bem melódicos que marcam o sentimentalismo da história e dão seu toque de personalidade às cenas, além de ter como tema principal a música One More Time, One More Chance”. 

O filme é mesmo muito bonito e recomendo mesmo verem, se calhar alguns é melhor teres lenços por perto, porque se forem do tipo de pessoa que se emociona com facilidade então é o melhor que tem a fazer.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Hotaru no Haka (Túmulo dos pirilampos)

Hoje na nossa Anime Week venho vos falar deste filme que infelizmente conta uma triste realidade que o povo japonês teve que passar. A capa do filme também tem um promenor que não percebi de primeira, foi depois que vim a descobrir que os pirilampos presentes na capa, não são pirilampos, mas antes de falar sobre isso vamos conhecer um pouco do filme em si.




O filme, passasse na cidade de Kobe (Japão) no decorrer da 2.ª Guerra Mundial. Este filme conta a história de dois irmãos, Seita e Setsuko, que perdem a sua casa e a mãe durante bombardeamentos na cidade. Depois de passarem algum tempo na casa de uma tia, acabam por expulsos de lá e começam a viver num bunker abandonado, enquanto tentam resistir à fome e falta de condições provocadas pela guerra. 

O Túmulo dos Pirilampos estreou em 1998 pela mão dos Estúdios Ghibli, mas passados 30 anos voltou a ganhar atenção devido a um pormenor surpreendente: como um fã revelou no Twitter, é possível notar no cartaz japonês do filme da década de 80 um B29 no fundo, um avião militar com quatro motores muito usado durante o segundo conflito mundial. Isto significa, como se vê no cartaz, que os irmãos não estão a rodeados de pirilampos como parece inicialmente, mas sim por "bombas de fogo" que estão a cair sobre eles. Se se alterar as cores do cartaz de forma a ficarem mais escuras esta ideia é reforçada. 

Além disto, como outro fã apontou numa publicação no Twiter, o próprio título japonês do filme aparenta ser um jogo de palavras: Hotaru no Haka utiliza o kanji (caracteres de língua japonesa) de fogo e o de tareru, que descreve a queda suave de algo, como uma gota de água a cair de uma folha. Ambos os kanji são utilizados para escrever a palavra hotaruque quer dizer "pirilampo" em japonês. Normalmente, hotaru escreve-se apenas com um kanji, o que quer dizer que a repetição deste no cartaz faz uma referência a "bombas de fogo". 


O Túmulo dos Pirilampos é baseado numa pequena história autobiográfica de Akiyuki Nosaka. O pai do autor morreu durante o bombardeamento de Kobe em 1945 e a sua irmã morreu um pouco mais tarde devido a subnutrição. Depois de escrever o livro, o autor não releu nada do que escreveu sobre esta experiência pessoal e não viu o filme dos Estúdios Ghibli. 


Apesar de ser um filme com uma história triste eu gostei do filme e mostra a realidade dum povo.  
Eu antes de ver o filme não li descrição nem nada, simplesmente escolhi o filme e comecei a ver sem saber a história que estava a ver e eu fui mesmo apanhada desprevenida. Recomendo muito filme, é um filme incrível e que eu vou rever vezes e vezes sem conta porque a história impactou-me muito.