1º - Princess Tutu e Attack on Titan foram inspirados na mesma cidade!
Então este nosso querido anime de conto de fadas clássicos passa-se na mesma cidade que Attack on Titan. Especificamente, no distrito Shiganshina, onde tem inicio a aventura de Hajime Isayama.
Gold Crown (nome da cidade em Princess Tutu) é um outro nome para a terra natal de Eren, Mikasa e Armin. Mas os dois foram baseados no mesmo lugar, a cidadela muralhada de Nordlingen na região da Baviera, Alemanha.
Na vila real não há titãs, e as muralhas têm apenas 7 metros de altura. Porém a inspiração foi confirmada pelo Hajime Isayama num programa de TV japonês.
A referência não passou batida a fãs japoneses, que adicionaram a cidade à lista de destinos de turismo otaku.
Muito antes de Attack on Titan, no entanto, Princess Tutu já havia transportado a cidadela às telas. E ao contrário de Shiganshina, Gold Crown, a cidade do anime, é uma recriação quase literal da aldeia alemã.
O diretor Junichi Satou não poupou sequer os detalhes mais específicos. No episódio 12 da série, a marionete Edel acha a passagem secreta no Lago dos Cisnes numa figura medieval.
A mesma figura (mas, infelizmente, não a passagem) pode ser visitadas em Nordlingen:
À primeira vista, esses dois animes têm muito pouco em comum. Porém, se paramos para analisar, não é difícil ver como esta cidade se encaixa em ambos os animes.
Nordlingen é uma cidade perdida no tempo, com um visual medieval que lembra um país de contos de fada. E uma muralha que separa esse playground de turistas do mundo real que o cerca.
Nada mais apropriado para dois animes sobre pessoas que vivem uma vida de faz-de-contas, ignorantes das cordas que puxam e controlam sua realidade.
2º - A maioria dos movimentos vem do Ballet
Na segunda temporada de Princess Tutu abre-se com um sonho. Ahiru, a nossa protagonista, descobre que foi transformada numa humana como sempre desejou. Não só isso, é chamada para dançar por Mytho, o garoto de seus sonhos. Esses não são gestos quaisquer, como o próprio anime é rápido em nos lembrar.
Se já dançaste ballet ou costumas assistir a espetáculos, o que vou dizer a seguir não será nenhuma surpresa. Essas mímicas existem de verdade e formam uma espécie de linguagem oficial do ballet.
Os gestos que os bailarinos fazem entre um passo e outro não são feitos de forma aleatória. Tudo é parte de um vocabulário comum que permite que uma coreografia não só ilustre, mas conte histórias.
O gesto que Princess Tutu faz com as mãos quando se transforma? Não é só uma referência a Sailor Moon. Aquela é a mímica de dança, que batem com suas palavras mágicas: “Dance comigo.”
Bailados do século XIX não eram apenas espetaculos de dança. Eram espetáculos de várias horas que contavam com longos trechos dramáticos. Mímicas como essas foram criadas para ajudar os bailarinos a contar histórias sem palavras – algo um tanto dificil de se fazer, sobretudo quando se está exausto com uma perna erguida em arabesque.
Com o tempo, os bailados ficaram mais curtos e abstratos, e a mímica perdeu parte de seu espaço. Muitos sinais caíram em desuso, e as sequências dramáticas foram abreviadas ou cortadas de todo.
Mesmo assim, ela continua indispensável nas montagens de peças tradicionais. Em especial, para marcar uma virada brusca de enredo, como a morte, transformação ou catarse de uma personagem. Exatamente o papel que desempenham em Princess Tutu.
Mímicas não são desconhecidas, mas também não são o detalhe mais óbvio do mundo do ballet. E, certamente, não são o tipo de coisa que alguém que nunca experimentou uma sapatilha costuma saber.
Felizmente, isso não foi um problema para Junichi Satou e a sua equipa.
3º - Todos os envolvidos em Princess Tutu tiveram que ter aulas de ballet!
Ikuko Ito, co-criadora de Princess Tutu, era uma grande fã de ballet. Infelizmente, é preciso mais do que gostar de dança para entender o que acontece com o corpo de uma bailarina durante a atuação.
Para garantir que o anime fizesse jus à beleza da arte, Ito e o diretor Satou contrataram um professor de dança para sentirem na pele a dor de se usar sapatilhas de ponta. Mais: exigiram que toda a equipa de animação participasse.
Quem conta a história é a própria animadora, numa entrevista na Ushicon de Austin, em 2006. Não satisfeita em colocar a mão na massa, eles ainda gravaram imagens do seu professor em ação e as usaram de referência para as cenas de dança.
O resultado valeu a pena. Princess Tutu não é só uma reimaginação criativa das fábulas do ballet, mas um dos animes mais fiéis aos movimentos da dança. As muitas cenas de treino – e, em especial, a primeira aula de pontas mostrada num dos episódios – trarão memórias (provavelmente um tanto de dolorosas) de qualquer um que já tenha calçado uma sapatilha.
E para se ter um professor gato ou uma princesa corvo? Nesse caso, infelizmente, só se mudando para Gold Crown.
Como diz a própria série, “alegria àqueles que aceitarem seu destino; glória aqueles que o desafiarem.”
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Eu sei que para muitos se calhar estas curiosidades não são assim tão interessantes e não são muitas, mas eu achei-as bem interessantes. Apesar de ser um anime baseado no ballet, este anime tem muito que se lhe diga.
E começamos assim a nossa Anime Week. O que será que vou falar a seguir? Não posso revelar, se estiverem interessados esperem por amanha!
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