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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Alice do Outro Lado do Espelho (crítica)

Na passada sexta-feira eu e a minha querida +Neptune Megami finalmente decidimos ver este filme e inicialmente amamos, mas eu burra fui ler o livro e fiquei super triste pois o filme é bem pior que o livro :(
Em 1865 era publicada por Lewis Carrol a obra que encantou e encanta milhares e 6 anos depois foi publicada a sua continuação "Alice do Outro Lado do Espelho". Em 2010 a nossa querida Disney lançou o live-action dirigido por Tim Burton que foi um imenso sucesso de bilheteira que gerou cerca de 1 bilhão de dólares. E seis anos depois do enorme sucesso, a Disney tal como Lewis Carrol lançou a continuação da história. 
Neste filme, a nossa fantástica Alice tem a necessidade de salvar o nosso louco Chapeleiro Louco e para isso tem de roubar um objeto poderosíssimo ao Tempo para conseguir voltar ao passado e mudar certos acontecimentos. Esta é uma história bem diferente de qualquer outra de Lewis Carrol, mas na verdade esse não é o grande problema.
No livro são-nos trazidos personagens loucos num universo fantástico e ainda com mais profundidade quanto a esse mundo devido aos poemas nonsense. O filme da Disney sinceramente retira alguma magia àquele mundo devido à tentativa de explicação da insanidade e obsessão pelo chá dos personagens e também por resumir todos os problemas do filme como problemas familiares. Acho que nenhum de nós precisava de motivos para eles estarem sempre à espera da hora do chá.
A perda de entes queridos é um tema quase tão recorrente quanto os trocadilhos sobre o Tempo. É possível ver isso tanto na morte do pai de Alice, quanto na morte do pai de Hamish , também na suposta perda da família do Chapeleiro e, por fim, na discussão e no distanciamento das duas Rainhas do filme. Num universo tão rico quanto o do País das Maravilhas, tentar resumir todos os problemas a temas tão mundanos quanto a morte e a família faz com que todo aquele mundo fantástico perca as características maravilhosas e se torne num espelho do nosso mundo, apenas incluindo uma paleta de cores mais berrantes.

Por mais que as cores sejam fantásticas, o visual da Alice deixa um pouco a desejar. Enquanto os personagens do País das Maravilhas se perdem em histórias de origem pouco inspiradas, conflitos estupidos e motivações pífias, Alice conquista feitos inimagináveis no mundo real apenas por acreditar que é capaz.Alice é uma mulher jovem, solteira, independente, capitã de um barco, superando tempestades e vencendo piratas. Ela veste o que tem vontade, não se importando se vai chocar alguém, e também desafia os homens da época, recusando-se a ser tratada como incapaz só por ser mulher, e revelando-se contra diagnósticos de “histeria feminina”, algo comum na era vitoriana, época na qual se passa o filme. Todas as cenas de Alice no nosso mundo são muito mais inacreditáveis e inspiradoras que qualquer minuto que ela passa do outro lado do espelho a tentar salvar o Chapeleiro. A jovem passa muito pouco tempo na sua própria realidade e boa parte do que vemos no ecrã é justamente esse País das Maravilhas sem graça criado por James Bobin.

Mesmo considerando as partes interessantes desta história, é difícil perdoar o que fizeram com obras tão amadas quanto os livros de Lewis Carroll. Alice do Outro Lado do Espelho é um filme pouco imaginativo que tenta responder a perguntas que nunca foram feitas. O único motivo plausível para esta continuação existir é uma resposta ao sucesso alcançado no primeiro filme de 2010.
Talvez todos os desastres do filme que acontecem na luta de Alice contra o Tempo pudessem ter sido evitados se a Alice do filme tivesse simplesmente ouvido uma frase da protagonista do livro de Lewis Carroll, na qual a menina diz que não adianta voltar para ontem, pois até então ela era uma pessoa diferente.
E vocês o que acharam do filme? Têm a mesma opinião que eu? Já leram o livro?

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