Na minha opinião a coisa mais perturbadora de todo o filme é a parte em que o público é transportado para dentro da mente perturbada e doentia de Nina. Este pormenor teve um impacto profundo em mim, pois em determinado momento não conseguia distinguir o que era a realidade e as alucinações. Nina é aquela bailarina que busca a perfeição, sendo a pessoa ideal para interpretar o Cisne Branco, pois representa a inocência, a pureza e a doçura, mas por outro lado ela é radicalmente reprimida e disciplinada; mas Thomas escolhe-a porque sabe que nalgum ponto da sua alma está presente o Cisne Negro, simbolo da sedução, sexualidade e do mal. Nina luta desesperadamente para permitir que a sua faceta sombria não se manifeste. A forma que ela encontra é automutilar-se, pois assim quando o sangue jorra as sua emoções também jorram da sua alma como se uma porta fosse aberta.
O que se vê no grande ecrã é a essência da arte, um jogo de sedução e cenas que se encontram perto do mais profundo terror psicológico. Esta combinação provoca um impacto único e inesquecível em quem vê, pois toca as profundezas do inconsciente humano, os seus abismos mais sombrios e prova que a alma humana é tecida por luzes e sombras. O fim do filme é ainda mais impactante, ele prende-nos, paralisa-nos e rouba-nos o folgo. Por mais difícil que seja ver o filme, é impossível sentir qualquer vestígio de arrependimento quando o filme chega à cena final. Vejam se conseguirem kkkkk
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