Esta semana vou fazer aqui algo novo que será a Semana Harry Potter e obviamente que não posso começar o primeiro dia de outra forma que não a falar sobre o primeiro filme/livro Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Lá em 2001 nove em cada dez revistas que falavam sobre entretenimento estamparam fotos do meu fofo Harry Potter na sua capa. As que não fizeram isso, trabalham para falarem nas suas próximas edições sobre este menino que aos 11 anos descobre ser um dos bruxos mais famosos do mundo, senão o mais famoso mesmo.
Os personagens criados por J.K. tornaram-se sinónimo de lucro certo e até mesmo agora estão em jogos, latinhas de Coca-Cola e brinquedos. Esta onda intensificou-se ainda mais com a produção cinematográfica de Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro livro da saga. Desembolsando a bagatela 700 mil dolares, o produtor David Heyman garantiu em 1997 os direitos de transformar o ainda inédito primeiro livro e o seu sucessor em filmes. Com a parceria do estúdio Warner Bros Pictures deixou o guião por conta de Steve Kloves. Embora não se encontre no texto oficial que a WB envia à imprensa, Steven Spielberg era o nome preferido para a cadeira de diretor, mas ele optou por realizar A.I. Inteligência Artificial, o projeto inacabado do seu amigo Stanley Kubrick. Na verdade quem se deu bem foi Chris Columbus, o discípulo de Spielberg, que acabou por herdar o seu posto. Logo no primeiro encontro com J.K. Rowling, Columbus ganhou imediatamente a sua confiança e simpatia. Ele dizia fazer questão de um filme bem fiel à criação da escritora, totalmente filmado na Inglaterra e unicamente com atores ingleses. O golpe de misericórdia: ela teria carta branca para opinar nas decisões, algo que não constava no contrato da criadora.
A escolha do elenco agradou à maioria dos fãs desde o seu começo. Era inegável a semelhança física entre o jovem Daniel Radcliffe e Harry Potter. Emma Watson estava muito bem no papel de Hermione Granger, a estudiosa filha de muggles, que no início é muito arrogante, mas logo se torna uma das melhores amigas de Harry. Rupert Grint é quase tudo o que o Ron Weasley é no livro. Só não ficou mais idêntico porque Columbus optou por abrandar a falta de dinheiro do clã Weasley e, consequentemente, o sofrimento do menino que tem que se contentar com as roupas, a varinha mágica e até a mascote que um dia foram dos irmãos mais velhos.
Um facto que não passa despercebido em todo o filme é a estatura do amoroso gigante Rubeus Hagrid. O diretor usou à exaustão (e com maestria) os ângulos de câmera para tornar o ator Robbie Coltrane ainda maior. Quando a cena mostrada pelo ponto de vista dos alunos, quem filma está bem por baixo da sua cintura, a olhar para cima. E quando é Hagrid quem se dirige aos pequenos bruxos, a câmera fica acima dos seus ombros, a olhar para baixo deixando assim os pequenos quase minúsculos.
A versão cinematográfica tem quatro cenas que merecem todo o destaque. Duas delas porque foram criadas pela J.K. especialmente para o filme. A partida de Quidditch entre os Griffyndor e os meus Slytherin (sim, eu sou dos Slytherin ;)) é uma daquelas cenas que vale bem a pena. Desenvolvida por meio de computação gráfica pela Industrial Light and Magic, o jogo é três vezes mais emocionante quando visto no grande ecrã. Pode-se dizer que desde que o jovem Anakin Skywalker participou da corrida de Pods, em Star Wars - Episódio I, não se via algo tão divertido e emocionante ao mesmo tempo.
Mas nem tudo o que Chris Columbus tocou virou ouro, digamos assim. Algumas partes do livro tiveram que ser cortadas, ou suprimidas, para que o filme não ficasse ainda mais longo do que os seus fantásticos 152 minutos. Por exemplo, o diretor “correu” com a sequência em que o Tio Vernon tenta impedir que o Harry receba a carta que conta-lhe tudo sobre Hogwarts. Um pouco depois, os Dursley saem da sua casa rodeada por corujas para aparecerem, de um momento para o outro, num casebre no meio do mar. Quem leu o livro vai lembrar-se do crescente desespero do tio a cada nova carta entregue. Os que não leram podem assustar-se com a falta de continuidade. O mesmo problema ocorre mais para o fim, quando o Harry e os seus amigos descobrem o mistério sobre a Pedra Filosofal. Parece que havia alguém a gritar: “despachem-se que o tempo está a acabar!”
Um último ponto negativo que deve ser registrado é a falta de importância que o filme deu à competição entre as casas e até mesmo ao Campeonato de Quidditch.
Os defeitos falados são tão pequenos perto da dificuldade que é traduzir para o cinema um livro que na altura tinha vendido já mais de 110 milhões de cópias à volta do mundo e que os fãs conheciam tão bem. Os produtores, felizmente, não cometeram atrocidades como mudar completamente os personagens. O máximo visto em cena foi “transformar” os três centauros em apenas um (Firenze), algo completamente aceitável, levando-se em consideração a real importância dos outros homens-cavalo na história. Basicamente este é um filme simplesmente bem feito e vamos admitir bem fofinho que consegue arrebatar o coração de qualquer um <3
Mas bem este não é o meu filme preferido de toda a saga. Qual será? Fiquem atentos que em breve descobrirão num outro dia da nossa Semana Harry Potter <3
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