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domingo, 13 de agosto de 2017

Star Wars Episódio VII (crítica)

Bem, infelizmente chegamos ao último dia da nossa Semana Star Wars :( E hoje tal como previsto falarei do fantástico Episódio VII: O Despertar da Força que até agora foi o último a ser lançado, mas em breve já não o será pois falta pouquíssimo para o lançamento do esperado Episódio VIII.
Digamos que o desafio de Star Wars - O Despertar da Força era basicamente extremo. Rejuvenescener a saga quase nos seus quarenta anos Star Wars, apresentando-a a uma nova geração obviamente sem esquecer dos fãs mais maduros, que continuam a mantê-la uma das maiores e mais lucrativas sagas que já existiram. Mas J.J. Abrams e a equipa da Lucasfilm fizeram escolhas corretissimas para este reposicionamento.
Acompanhado do guionista de O Império Contra-Ataca, Lawrence Kasdan, o diretor parte da estrutura essencial estabelecida em Uma Nova Esperança, a "Jornada do Herói" de Joseph Campbell. Rey  é o Luke Skywalker desta vez. Uma jovem abandonada num planeta deserto, a aguardar a sua hora pacientemente. Um droide a guardar um segredo, porém, cruzará o seu caminho - assim com R2-D2 e C-3PO cruzaram o de Luke, dando início à aventura estilo ópera espacial com direito a mestres, vilões mascarados, dilemas familiares, aceitação do seu próprio destino... tudo seguindo à risca o que foi estabelecido lá atrás em 1977. Até o estilo da introdução dos stormtroopers, Kylo Ren e a Primeira Ordem  é idêntica à versão de 1977.
As novidade ficam devido aos personagens jovens. Rey é a heroína que os tempos de Katniss Everdeen obviamente exigiam. Star Wars sempre teve uma personagem forte no centro, a Princesa Leia, mas nunca lhe foi dado o protagonismo. Aqui, Rey é a figura ao redor da qual a história se desenvolve. As suas cenas repercutem em vários níveis, fazendo uma inclusão que a cultura geek, hoje tão abrangente e necessitada de direcionamento pelo preconceito, precisava desesperadamente. E Daisy Ridley talvez seja a melhor atriz que já esteve na saga. Digamos que a Daisy simplesmente domina o ecrã.
O mesmo pode ser dito do fantástico John Boyega. O ator negro, no foco dos holofotes, que entrega uma mistura de pânico e alívio cómico que ele transforma em determinação intensa. É o parceiro ideal para Daisy.
Do outro lado da moeda, o Adam Driver tem o papel mais difícil do filme. O seu Kylo Ren é uma figura trágica, mas que tem pouco espaço para ser explorada já que mal aparece sem o capacete. É fácil confundir o seu vilão em desenvolvimento com um personagem mal-desenvolvido. Há potencial ali e muito a ser explorado nos próximos filmes.
O elenco clássico é mais representado através da figura de Han Solo, que faz piadas voltadas aos fãs e serve como o mentor e a figura paterna que foi Obi-Wan Kenobi no original. Ele, Chewbacca e a Millennium Falcon estabelecem a conexão que os fãs esperavam com o passado e fornecem o desejado fan service que honra a devoção dos seguidores da criação de George Lucas.
O filme, como todos os outros, não é isento de problemas. E os mais graves deles também são derivados desta necessidade de repetição. No Star Wars original e as suas sequências, há uma série de soluções bastante apressadas e demasiadamente inocentes para problemas muito maiores que os protagonistas. Aqui não é diferente. No momento em que a resistência da Nova República descobre a existência de uma arma capaz de fazer empalidecer a Estrela da Morte, bastam 5 minutos e a opinião de um operador de saneamento para que se descubram exatamente como destruí-la. Engenheiros distraídos continuam a ser o grande problema do Reich Espacial, aparentemente. Além disso, não há grande gravidade nos atos da Primeira Ordem - organização que apesar de seguir os passos do Império surge sem grandes explicações, algo que deve ter sido pensado para não alienar demais os potenciais novos fãs. Devastações colossais parecem um quanto corriqueiras e não têm o mesmo peso do original. A morte é sempre muito apressada em O Despertar da Força e dá pra sentir a falta de Sir Alec Guiness a explicar poeticamente como é sentir um "distúrbio na Força, como se milhões de vozes repentinamente gritassem em terror e fossem imediatamente silenciadas". A Força, esse componente fundamental a Star Wars, definitivamente despertou, mas ainda está a esfregar os olhos, ainda não despertou completamente.
O universo Star Wars, por sua vez, segue mais vivo do que nunca na mistura espetacular de efeitos práticos e computação gráfica que J.J. Abrams fez questão de alcançar. O futuro envelhecido e gasto da Trilogia Original ressurge aqui ainda mais coberto pelo tempo. Pequenas coisas, como as marquinhas de batida num detonador termal, fazem abrir um sorriso. Tanto que sequências que carregam demais em CGI parecem estranhas. Mérito da equipa de produção, que devolveu a qualidade palpável sobre a qual Star Wars foi construído. Problemas à parte, este filme é o Star Wars que esperávamos desde O Regresso do Jedi. Um filme que honra o passado, enche o peito para lidar com o presente e estabelece uma base sólida para o futuro… inspirando juntos os fãs antigos e, esperamos, uma nova geração.
E chegamos ao fim da nossa Semana Star Wars :( Mas quem sabe para o ano aja mais ;) May the force be with you!






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