Tal como já disse, a maior parte de nós fãs sentimos que o Episódio I ficou a dever-nos inúmeras coisas . Mas, agora, neste segundo episódio temos um grande alívio ver que Lucas voltou aos trilhos com a sua franquia épica. Vinte e cinco anos depois do primeiro filme, a Força continua bem forte no cineasta. O guião está bem melhor e foram criadas personagens com maior relevância. Acreditem, até o Jar Jar Binks encontrou o seu devido espaço na história, é pena é que sejam tantos personagens e não haja tempo para explorá-los a todos. Neste segundo episódio até as próprias cenas de ação estão mais integradas na história. São mais curtas, porém mais numerosas e importantes. Entretanto, o melhor mesmo é o cenário político. Palpatine, outrora senador tornou-se chanceler supremo. A sua ascensão ao poder e a consequente ruína da república estão a tomar forma. É um deleite observar as peças que faltam no puzzle de Star wars encaixarem-se aos poucos.
Este filme tem também o mérito de recuperar o fascínio pelos mistérios da saga. Deixa de tentar explicar a composição científica da Força e coisas do tipo, e concentra-se nos motivos que levarão um dos jedis mais promissores da ordem a trair e aniquilar os seus semelhantes. Aliás, Jake Lloyd, o rapazinho de Ameaça fantasma, ficou no passado. Hayden Christensen, que interpreta o jovem Anakin Skywalker no filme, torna fácil acreditar que vai se transformar no temível Darth Vader. Os seus motivos são fortes. A sua humanidade é visível, em contraste com a dos outros jedis, totalmente no controlo dos seus instintos e emoções. Fica claro que o mestre Yoda tinha razão em temer o seu treinamento.
O Ataque dos clones começa dez anos após os eventos do Episódio I. A república encontra-se num período de turbulência. Ameaçada por um movimento separatista, liderado pelo misterioso Conde Dookan, ela teme uma guerra civil intergaláctica e a sua única esperança reside nos ombros dos combalidos cavaleiros jedi, cujo número é insuficiente para um conflito em larga escala. Esses acontecimentos, controlados por uma força extremamente poderosa e ainda desconhecida, levarão ao início da Guerra dos clones e iniciarão o processo que culminará no fim da república. Para combater a potencial ameaça, o chanceler supremo Palpatine autoriza a criação de um exército para ajudar os jedi e garante ao senado que devolverá o poder assim que a crise passar.
Para votar contra a criação do tal exército, a senadora Padmé dirige-se a Coruscant, o coração da república. No entanto, assim que chega ao planeta, sofre um atentado. Preocupado, o conselho jedi ordena que ela seja levada de volta até ao seu planeta natal. O seu acompanhante será o jedi padawan Anakin Skywalker, que nutre, em segredo, sentimentos por ela há uma década. A partir daí, duas histórias paralelas desenrolam-se. Uma que mostra o amor proibido que nasce entre Anakin e Padmé e a sua posterior viagem a Tatooine, de extrema relevância para o seu futuro. A outra traz Obi-Wan Kenobi, o mestre de Anakin, em investigação para descobrir quem está por trás da tentativa de assassinato da senadora. A convergência entre as duas histórias explode numa batalha espetacular no planeta Geonosis, envolvendo dezenas de jedis, centenas de dróides, monstros gigantes e milhares de soldados. Em jogo, o destino da república. Pelo menos, é o que parece... E mais não digo ;)
Entretanto, como já era esperado, é mesmo nos efeitos especiais que se esmera Ataque dos Clones. Tal como em Ameaça fantasma, os efeitos especiais são absolutamente fantásticos e incomodam em pouquíssimos momentos. A trilha sonora, novamente criada e orquestrada pelo lendário e fantástico compositor John Williams, repete e mistura temas de todos os outros filmes, modificando e incorporando-os às novas sequências. Ouvir a Marcha imperial, o tema de Darth Vader, durante as fortes cenas que mostram Anakin a sucumbir pela primeira vez ao lado negro, já vale bem o tempo. O filme também estabelece inúmeras novas relações entre todos os filmes da saga. A continuidade jamais é deixada de lado. Como por exemplo, podemos citar a quinta da família Lars, vista pela primeira vez no Episódio IV, que é mostrada bem mais nova em Ataque dos Clones. O desenho original da Estrela da morte também aparece a ser estudado pelos conspiradores, bem como as naves, que já começam a parecer-se mais com as que conhecemos da trilogia original. Essa preocupação é evidente até mesmo no figurino e maquiagem. Palpatine está mais pálido e magro, a caminho de se tornar o decrépito imperador de O retorno de jedi. Amidala veste roupas e tem cabelos muito semelhantes aos que a sua filha Leia usará em Uma nova esperança e assim por diante.
Ataque dos clones também traz algumas similaridades a O Império Contra-ataca, na minha opinião, o melhor filme de toda a saga. Porém, nem de longe obtém a mesma dramaticidade. Ambos possuem romances nos seus guiões e são mais sombrios do que os seus antecessores. Os dois também terminam com muitas dúvidas e pontas soltas. Todavia, ao contrário de O Império Contra-Ataca, o Episódio II abre caminho para o filme que pode vir a ser um dos melhores de toda a hexalogia, o Episódio III. Mas será que afinal o Episódio III é mesmo o melhor? Fiquem atentos que amanhã já descobrirão no terceiro dia da nossa Semana Star Wars <3
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